BRASÍLIA – O ministro Luís Roberto Barroso anunciou nesta quinta-feira (9) que deixará o Supremo Tribunal Federal (STF) antes do prazo legal, encerrando uma trajetória de mais de 12 anos na Corte. A aposentadoria antecipada, que vinha sendo cogitada desde sua saída da presidência do tribunal, foi comunicada oficialmente durante a última sessão plenária de que participou.
Em um discurso emocionado, Barroso afirmou que decidiu “seguir novos rumos” e que sua saída não tem relação com fatos da conjuntura atual. “Não tenho apego ao poder e gostaria de viver a vida que me resta sem as responsabilidades do cargo”, disse. O ministro também revelou que pretende fazer um retiro espiritual ainda neste mês para definir os detalhes da saída.
Indicado em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff, Barroso construiu uma carreira reconhecida pela defesa de direitos fundamentais e pela atuação em julgamentos de grande impacto, como a limitação do foro privilegiado, a suspensão de despejos durante a pandemia e o transporte gratuito nas eleições de 2023.
Com a decisão, o governo federal já se movimenta para escolher seu sucessor. O nome mais cotado é o do advogado-geral da União, Jorge Messias, aliado próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e visto como favorito por seu perfil técnico e alinhamento político. Outros nomes também estão sendo avaliados pelo Planalto, o que promete intensificar as articulações em torno da próxima indicação ao Supremo.


