MAIS DE 26 MIL AGRICULTORES SÃO BENEFICIADOS COM CISTERNAS NO MARANHÃO.

CASA COM CISTERNA
CASA COM CISTERNA.

 

Os açudes secaram, o pasto desapareceu e o que era verde, mudou de cor. Essa é a dura realidade do interior do Maranhão, onde a dificuldade por água de qualidade e o clima tórrido de diversas comunidades rurais evidenciam a seca que, este ano, fez pelo menos 70 cidades decretarem situação de emergência. Por isso, para garantir armazenamento de água durante o período de chuva e tranquilidade em tempos de estiagem, o Ministério da Integração Nacional (MIN), por meio do programa Água Para Todos, está beneficiando o estado com a instalação de 5.377 cisternas de polietileno.

Os reservatórios, produzidos pela Acqualimp e distribuídos pela Companhia de desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), captam a água da chuva e permitem o armazenamento de 16 mil litros, garantindo condições para uma família de quatro a cinco pessoas se manter por até nove meses de estiagem, cenário típico do semiárido nordestino.

“Para quem não conhece a realidade local dos moradores das áreas rurais de cidades como Anajatuba, Ariri, Matões do Norte, Viana e Codó, não imagina que nestas regiões o povo enfrenta dificuldade no acesso à água de qualidade. No entanto, é só percorrer alguns quilômetros até mesmo nos municípios que compõem a Baixada Maranhense para perceber que o grande desafio está exatamente no armazenamento d’água”, explicou Henrique Guelber Barros, coordenador do programa na Codevasf.

 
“Eles simplesmente não tinham grandes reservatórios e se limitavam a captar a água da chuva em baldes e alguns botijões que não garantiam água por muito tempo. E é justamente nesse ponto onde a cisterna de polietileno está fazendo toda a diferença numa região que até então ficava refém de carros-pipa e poços artesianos”, concluiu.

Na cidade de Viana, por exemplo, durante o inverno as comunidades rurais se transformam em uma espécie de pantanal do Estado. No entanto, quando chega o verão o solo racha com as altas temperaturas e os moradores sofrem com a falta d’água.

 

“A água do lago além de ser salobra é contaminada com o povo dando banho em cavalo, os búfalos ficam aí dentro o dia todo e ainda tem as criações de porcos na vizinhança. Então, com a chegada dessas cisternas a gente tem água boa pra beber e guardada na porta de casa”, disse a dona de casa, Luzia Diniz Coutrins, de 50 anos, moradora da comunidade Beira do Lago.

O polietileno, material utilizado na fabricação dos reservatórios, é adequado à região. “A resina de polietileno somente pode fundir a uma temperatura de 147o C, sendo que na região a temperatura máxima pode oscilar em torno de 50o C em períodos de clima mais severo, o que desmistifica a informação incorreta de que as cisternas derretem no calor do sertão. Além disso, essa é uma tecnologia consolidada internacionalmente e utilizada há mais de duas décadas em países com temperaturas semelhantes ou até mais críticas que as encontradas no Nordeste brasileiro”, explicou Amauri Ramos, diretor da Acqualimp. A durabilidade e resistência é outra característica do reservatório.

“O polietileno, por sua elasticidade, impede que os tanques apresentem fissuras e trincas. O uso do polietileno também impede vazamentos da água, assim como a contaminação por outros líquidos e resíduos sólidos. Desta forma, preserva a qualidade da água armazenada e proporciona benefícios para a saúde da população atendida. Uma cisterna de polietileno pode durar até 30 anos”, conclui Ramos.

O cenário tórrido também vai contrastando com a nova realidade do homem do campo em Peritoró, no leste maranhense. O casal de agricultores Reginaldo Cavalcante Mota, 44, e Helisandra Pereira da Silva, 37, foram beneficiados com o reservatório, mas falta chover.

“Água aqui no Povoado Santa Maria só de poço artesiano, mas quando vai chegando o verão ela vai diminuindo e a gente tem de ir cavando o poço cada vez mais pra ver se não falta. Alguns reclamam que a água é salobra, mas é a única que nós temos. Agora que chegou essa cisterna, se Deus quiser vai chover logo pra gente ter água boa pra beber e parar esse sofrimento”, disse, em tom de esperança, o chefe da família.

Outra cidade beneficiada foi Codó, a 292 quilômetros de São Luís. “Nossa região, considerada o nordeste do Maranhão, foi beneficiada com 1.015 cisternas”, adiantou o secretário Municipal de Agricultura, José Cordeiro. No Assentamento Santa Bárbara, uma das localidades atendidas pelo programa, está a família do aposentado Raimundo Nonato dos Reis, de 67 anos.

 
“Foi a melhor coisa que Deus podia dar pra gente aqui que sofria tanto pra ter água em casa. Era uma agonia danada pra conseguir água boa pra beber e agora as cisternas da gente estão cheias desde a última chuva que caiu por aqui no começo do ano. É uma felicidade grande”, disse ele.

A manutenção de uma cisterna de polietileno é de baixíssimo custo, necessitando apenas de limpeza interna uma vez por ano, a qual pode ser feita normalmente pelo próprio beneficiado. A fabricante disponibiliza uma linha gratuita para atender aos beneficiados, que podem contatar a companhia em caso de dúvidas e até pedir a troca do reservatório, que tem cinco anos de garantia para defeitos de fabricação, quando necessário. O telefone 0800-081-6060 está disponível de 2ª a 6ª das 8h às 17h.

Como participar
Para ser atendido pelo programa é necessário que beneficiário esteja inscrito no Cadastro Social Único (CADÚnico) do Governo Federal e que a família apresente renda familiar per capita de até R$ 140 mensais. Na dúvida, é importante procurar o Comitê Gestor da cidade ou liderança comunitária da localidade. Na ausência deles, deve acionar a Secretaria de Agricultura do município. No Maranhão, a 8ª Superintendência Regional da Codevasf atua nessa frente e está apta a tirar dúvidas e orientar quais procedimentos são necessários para ser beneficiado com o programa sem qualquer custo.

» Municípios beneficiados
Alto alegre
Anajatuba
Arari
Cantanhede
Capinzal do Norte
Codó
Coroatá
Matões do Norte
Miranda do Norte
Peritoró
Pirapemas
São João Batista
São João do Soter
São Mateus
Viana
Vitória do Mearim

NÚMEROS
5.377 cisternas foram distribuídas em todo o estado pelo Ministério da Integração Nacional (MIN), por meio do programa Água Para Todos, para garantir armazenamento de água durante o período de chuva e tranquilidade em tempos de estiagem.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *