O nigeriano Kingsley Ify Umeilechukwu preso no dia 23 de novembro, à pedido do secretário de saúde Ricardo Murad como falso médico, e estampado pelo secretário de segurança Aluísio Mendes como bandido, vai entrar como uma ação contra o estado por prisão arbitrária e prática de racismo.
“Não deixaram eu me defender. Eles disseram que meu diploma era falso, colocaram-no contra a luz para ver a mancha d’água e ficavam o tempo todo debochando. Durante apresentação na Secretaria de Segurança, eu ouvi todos dizendo muitas coisas e nem pude me explicar à imprensa. Eu disse ao policial que queria falar, mas ele falou que eu seria levado a uma sala e de lá para a Triagem”. Afirmou Kingsley. E de fato o médico ficou em uma cela em Pedrinhas.
Além de ser acusado como falso médico, imputaram a ele a morte de uma criança em um posto de saúde em Mirinzal. Kingsley desmentiu que estivesse no plantão no dia em que a menor foi induzida a tomar um medicamento equivocado por causa de uma mordida de cachorro raivoso.
O médico de plantão do dia do ocorrido, Dr. Ubiratan Amorim, informou que pagou R$ 800,00 ao nigeriano, que desmente.
Ora, se Ubiratan pagou esse valor pra um suposto médico ficar de plantão, quem deveria ter sido preso também era o verdadeiro plantonista.
Ontem, durante entrevista à TV Mirante, Kingsley exibiu seu diploma da Universidade de Lagos na Nigéria, conforme publicado no blog de primeira mão. Reveja aqui.
Os advogados do médico estrangeiro vão entrar com uma representação contra o Estado, que acusou o nigeriano de prática ilegal da medicina no Maranhão e por racismo. Kingsley Ify Umeilechukw precisa ainda da declaração formal enviada pelo Conselho Regional de Medicina do Maranhão para exercer a sua profissão.
Vale ressaltar que, dos oito médicos que já foram presos pela prática irregular das atividades, nenhum deles foi tão exposto à constrangimentos como o nigeriano Kingsley, que até agora foi o único negro detido.
FONTE: LUIS CARDOSO