Bolsonaro anuncia que seleção para substituir cubanos no Mais Médicos vai começar em novembro.

Seleção para substituir cubanos no Mais Médicos vai começar em novembro.

BRASIL – O Ministério da Saúde anunciou que vai começar a selecionar, ainda este mês, novos profissionais para substituir os cubanos do programa Mais Médicos. Nesta sexta (16), o presidente eleito, Jair Bolsonaro, voltou a falar sobre o assunto e disse que vai dar asilo para os cubanos que quiserem ficar no Brasil.

Representantes do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) se reuniram durante toda a sexta-feira, em Brasília. Eles discutiram a saída dos 8,3 mil cubanos do programa Mais Médicos. A Organização Pan-Americana é responsável pelo contrato com o governo de Cuba para o Mais Médicos.

O governo cubano já decidiu: quer que todos retornem até o fim de dezembro. Atualmente os médicos atendem a 28 milhões de pessoas em 2.857 municípios. Em Ponta Grossa, no interior do Paraná, por exemplo, dos 80 médicos do programa, 56 são cubanos.

A prefeitura disse que vai remanejar profissionais e mexer nas escalas para evitar um colapso no atendimento, mas os moradores estão preocupados.

“Vai ficar bem difícil, bastante gente está preocupado com isso. Nossa, meu Deus, como que vai ficar agora?”, questiona a dona de casa Ana Rosa Marques.

Cuba anunciou o fim da participação no Mais Médicos, depois que o presidente eleito propôs mudanças no contrato.

Na manhã desta sexta-feira, Jair Bolsonaro visitou o Primeiro Distrito Naval, no Rio. Na saída, ele voltou a criticar o programa, criado em 2013 na gestão de Dilma Rousseff.

“É a situação de praticamente escravidão que estão sendo submetidos os médicos e as médicas cubanos no Brasil. Imaginou confiscar da senhora 70% do seu salário?”, disse Bolsonaro.

O presidente eleito também repetiu que os cubanos deveriam passar por uma prova para revalidar o diploma e checar a qualidade da formação deles: “Será que nós devemos destinar aos mais pobres profissionais, entre aspas, sem qualquer garantia de que ele seja, realmente, razoável profissional no mínimo? Isso é injusto. Isso é desumano”.

E disse que vai conceder asilo para todos os médicos cubanos que pedirem para ficar no país.

“Se eu for presidente, o cubano que pedir asilo aqui, justifica no meu entender, pela ditadura da ilha, terá o asilo concedido da minha parte”, disse Bolsonaro.

O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira que vai lançar o edital para contratação de médicos brasileiros na segunda (19) ou terça-feira (20). O objetivo do governo é ter os novos profissionais prontos para ocupar as vagas disponíveis à medida em que os cubanos forem deixando o país.

“Acreditamos que existe um universo de cerca de 15 a 20 mil médicos que estão aptos a participarem do edital e a nossa ideia é fazer isso imediatamente, ainda, agora, em novembro, nós já termos médicos que tenham condições, já escolhendo seus lugares para trabalhar”, disse o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.

O ministro da Saúde afirmou ainda que, num primeiro momento, a prioridade será para médicos formados no Brasil. Mas admitiu que em 2017, no último edital, os brasileiros não quiseram ocupar vagas em várias localidades e foi preciso chamar estrangeiros. Ele disse também que estuda a possibilidade de convocar médicos formados pelo Fies, o programa de financiamento estudantil do governo federal.

A embaixada de Cuba, em Brasília, declarou que não havia nenhuma restrição às famílias que quisessem acompanhar os médicos cubanos no Brasil. A Organização Pan-Americana de Saúde, responsável pelo contrato do programa, afirmou que a restrição não está prevista em nenhuma cláusula. E que o governo brasileiro poderia conceder visto aos dependentes legais dos profissionais estrangeiros.

 

(FONTE: G1)

 

 

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