Sistema de Mapeamento Funcional Eletrônico revela que cerca de 7.800 servidores entre professores e apoio administrativo da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) não estão exercendo as suas funções dentro dos estabelecimentos de ensino. De acordo com a direção desse órgão, esses servidores podem ainda este semestre terem o contra-cheque retido caso não regularizem os seus dados cadastrais na Superintendência de Administração de Recursos Humanos, localizada na Rua Grande, no Centro. Este assunto como ainda ações de combate ao analfabetismo no Maranhão e obras de construções e reformas de escolas orçadas em torno de R$ 500 milhões foi relatado pelo secretário dessa pasta, Pedro Fernandes Ribeiro, ao O Imparcial.
O Imparcial – Como foi descoberto que mais de 7.000 servidores da Seduc não estavam exercendo as suas funções nas escolas?
Pedro Fernandes Ribeiro – Foi implantado este ano pela secretaria o Sistema de Mapeamento Funcional que visa aperfeiçoar a organização funcional dos servidores da rede estadual de Ensino, permitindo a plena observação da lotação e atuação de cada servidor, bem como o fornecimento de dados sobre a demanda de profissionais em cada unidade de ensino. Mediante a isso, foi descoberto que havia mais de sete mil funcionários que não estavam trabalhando nas escolas, ou seja, nos estabelecimentos de ensino que deveriam estar exercendo a sua função seja como professor ou apoio administrativo. Apenas na capital, foram 1.700 e a outra parte é do interior do estado.
O Imparcial – Quais medidas foram adotadas pela direção da secretaria para resolver essa problemática?
Pedro Fernandes Ribeiro – Primeiramente, estamos resolvendo esse problema na capital. Foram comunicado os 1700 servidores desde o começo do mês de setembro. Até o momento 850 comparecerem ao setor de recursos humanos para resolver a sua situação, mas, todos estão tendo um prazo de 30 dias e caso não compareçam, consequentemente, há possibilidade de terem o contracheque retido. Em relação ao interior, os servidores serão notificados a partir deste mês e também terão um mês para fazer a sua regularização com a Seduc.
O Imparcial – Há outros benefícios que o Sistema Funcional Eletrônico está proporcionando para que o secretário possa administrar com eficiência as 1.233 escolas no Maranhão, pois, somente na capital, são mais de 100?
Pedro Fernandes Ribeiro – Denomino esse sistema como uma ferramenta de agilização dos processos, pois, possibilita o diagnóstico das atividades de cada servidor, bem como as necessidades de professores em cada escola do Estado. Por meio desse sistema, consigo observar a quantidade de funcionários e ainda posso constatar onde falta ou tem excesso de professores nas localidades de ensino.
O Imparcial – Qual o resultado da Conferência Maranhense de Educação, o Comae 2013, que ocorreu no mês de setembro deste ano, no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana?
Pedro Fernandes Ribeiro – O evento foi organizado pela Seduc e teve como tema “O Plano Nacional de Educação na articulação do Sistema Nacional de Educação: participação popular, cooperação federativa e regime de colaboração”. Durante esse encontro foram apresentadas as propostas das 28 conferências intermunicipais de educação e transformadas na versão preliminar do Plano Estadual de Educação. Essa versão inicial do plano está postada no site da Seduc para consulta pública, a fim de que os maranhenses que acompanham as políticas públicas educacionais possam contribuir com o novo plano. As novas contribuições, resultantes das consultas públicas, serão analisadas e sistematizadas por uma equipe do Fórum Estadual de Educação. Posteriormente, serão entregues oficialmente à governadora Roseana Sarney e encaminhadas para análise da Assembleia Legislativa.
O Imparcial – Existe algum tipo de atividade que está sendo desenvolvida nas escolas para que os alunos não se envolvam com as drogas?
Pedro Fernandes Ribeiro – Esse é um ramo da Secretaria de Assuntos Estratégicos, mas, mesmo assim, a secretaria tem desenvolvido um trabalho com a Polícia Militar, o Grupo Especial de Apoio às Escolas (Geap). Até o próximo ano, iremos formar profissionais da educação que trabalhem com políticas antidrogas e isso será feito com o apoio do Ministério da Justiça.
O Imparcial – Que tipo de ações ou trabalho é realizado pela secretaria para combater o analfabetismo no Maranhão?
Pedro Fernandes Ribeiro – Temos um registro de 40% das crianças ainda fora de sala de aula, mas, ações estão sendo realizadas para mudar esse cenário dentro do estado, inclusive, profissionais estão sendo formando e preparado para trabalhar com a alfabetização no estado. No momento, estamos tentando reunir um grande número pessoas que não sabem ler nem escrever para colocar dentro de sala de aula. Ainda contamos com o apoio do Movimento de Educação de Base (MEB), vinculado a igreja católica, para nos auxiliar no combate ao analfabetismo em todo Maranhão.
O Imparcial – Como a secretaria está fazendo para que o ensino possa chegar atingir a todos os maranhenses, principalmente, aqueles que moram nos povoados de difícil acesso?
Pedro Fernandes Ribeiro – Foi implantada a primeira etapa do projeto piloto de ensino médio regular mediado pela tecnologia, o MTEC. Inicialmente, vai contemplar a instalação de 30 salas de aula, equipadas com lousas interativas, em comunidades e povoados das regionais de educação de Balsas, Barra do Corda, Caxias, Chapadinha, Itapecuru-Mirim, Presidente Dutra, Rosário, Santa Inês, São João dos Patos, Viana e Zé Doca. Já, as aulas seguem criteriosamente as regras definidas para o primeiro ano do ensino médio regular com 13 disciplinas ministradas por professores com formação de nível superior, a partir da plataforma tecnológica da Univima, transmitidas via satélite, em tempo real. Os alunos serão acompanhados em cada sala de aula presencialmente por dois professores do quadro da secretaria.
O Imparcial – Os investimos e as obras que estão sendo realizadas para melhorar a educação no estado?
Pedro Fernandes Ribeiro – Vários investimentos estão sendo realizados, pois, somente este ano há verbas no valor de R$ 500 milhões para a construção e reformas de escolas e quadras esportivas. Isto são recursos federais e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ainda contamos com a parceria da empresa Vale, Instituto Ayrton Senna, o Movimento de Educação de Base e dentre outros.
FONTE: O IMPARCIAL
