BRASÍLIA, RECIFE e SÃO PAULO — Após receber apoio da família de Eduardo Campos, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) conquistou o posto de vice na chapa presidencial de Marina Silva. A Executiva Nacional do PSB tem uma reunião marcada para esta quarta-feira, na qual a chapa deve ser formalizada. A decisão de colocar Albuquerque como vice foi sacramentada após uma série de reuniões em Recife, das quais participaram parentes e aliados de Campos e os dois principais dirigentes nacionais do partido: o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, e o secretário-geral, Carlos Siqueira.
Eu me senti honrado em receber essa missão, com o apoio do PSB de Pernambuco; de Renata (viúva de Campos); do prefeito do Recife, Geraldo Júlio; e do candidato (ao governo de Pernambuco) Paulo Câmara; de representar o pensamento, a trajetória, o legado de Eduardo Campos junto com Marina. A morte de Eduardo Campos não foi em vão — afirmou Albuquerque, na saída do encontro com Amaral e Siqueira. Albuquerque esteve na casa de Renata Campos na terça-feira à tarde, junto com Geraldo Júlio, Paulo Câmara, e o presidente do PSB do estado, Sileno Guedes. Após receber o aval da viúva, foi ao encontro de Amaral e Siqueira:
Essas consultas nos levam a anunciar, ressaltando que cabe à Executiva decidir, que será levada a proposta para a reunião de termos Marina candidata à Presidência e o deputado Beto Albuquerque a vice. A questão não era chegar com uma proposta à Executiva, mas conseguir consenso. A Renata seria unanimidade dentro do partido, mas ela declinou o convite — explicou Amaral.
Albuquerque afirmou que não é necessária uma carta compromisso para que sejam mantidos os projetos que vinham sendo defendidos por Campos nem as alianças estaduais. Afirmou que o programa de governo, que ainda não foi divulgado, é suficiente. Ressaltou que as alianças regionais costuradas por Campos serão mantidas. O PSB poderá, no entanto, fazer “considerações” sobre o que pensa do processo eleitoral.
Amaral afirmou que o lançamento oficial da campanha deve ser no Recife, no próximo fim de semana. A intenção é reunir lideranças do partido para demonstrar unidade em torno da nova chapa. Desde sexta-feira, o nome de Albuquerque passou a circular como opção dentro do PSB. Ele é candidato ao Senado no Rio Grande do Sul, mas tinha poucas chances. Além disso, era um dos parlamentares mais ligados a Campos e foi um dos primeiros a defender a candidatura própria à Presidência.