DEZ POLICIAIS SÃO INDICIADOS NO CASO ” AMARILDO “

O major Edson Santos é acusado de desviar verba e pagar suborno
O major Edson Santos é acusado de desviar verba e pagar suborno.

 

RIO -Dez policiais militares da UPP da Rocinha foram indiciados pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. Entre eles está o major Edson dos Santos, que comandava a unidade no dia do desaparecimento, 14 de julho. Ele foi substituído no início de setembro pela major Pricilla de Oliveira Azevedo. A informação foi dada com exclusividade ontem à noite pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo. O promotor do Ministério Público do Rio (MP) Homero Freitas recebeu o inquérito da Divisão de Homicídios na noite de terça-feira e deve oferecer a denúncia à Justiça nos próximos dias.

Também foram indiciados os soldados Douglas Roberto Vital Machado, conhecido como Cara de Macaco, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Marlon Campos Reis, Victor Vinícius Pereira da Silva, Anderson César Soares e Fábio Brasil da Rocha; o tenente Luiz Filipe de Medeiros e o sargento Jairo da Conceição Ribas.

A Divisão de Homicídios (DH) pediu prisão preventiva dos policiais porque testemunhas do crime denunciaram ter havido coação, tentativa de suborno e intimidação durante as investigações. O ex-comandante da UPP da Rocinha é suspeito de ter desviado recursos destinados à padronização do serviço de mototáxi na comunidade para subornar testemunhas, a fim de que estas acusassem o tráfico pelo sumiço de Amarildo. O dinheiro é proveniente de uma empresa que patrocina benfeitorias na localidade.

Parte da verba de patrocínio, de cerca de R$ 30 mil mensais, teria sido usada para subornar dois ex-moradores da Rocinha, para os quais o major teria alugado um apartamento fora da favela, com uma mesada de R$ 2 mil. Mãe e filho, que chegaram a prestar depoimento acusando remanescentes do tráfico pelo desaparecimento de Amarildo, voltaram atrás e foram incluídos no Programa de Proteção à Testemunha.

A investigação teria apurado que Amarildo foi levado na noite de domingo por Cara de Macaco, Gonçalves Coelho, Campos Reis e Pereira da Silva. Cara de Macaco, segundo o inquérito, seria desafeto da família do ajudante de pedreiro e abordou Amarildo quando ele saía de uma birosca. O policial teria se comunicado pelo rádio com o major Santos, que determinou que o pedreiro fosse levado até a UPP.

Os policiais negam envolvimento no sumiço e dizem ter libertado Amarildo após constatar que não havia mandado de prisão contra ele. A polícia chegou a investigar a suspeita de que o pedreiro teria sido morto por traficantes de drogas da Rocinha.

 

FONTE: O GLOBO.COM

 

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