ESTUDANTE É INTERNADA APÓS INALAR PRODUTO TÓXICO NO LICEU MARANHENSE.

Jackelyne Neves Bastos
Jackelyne Neves Bastos

 

 

 

SÃO LUÍS – Uma estudante do Liceu Maranhense está internada há nove dias em um hospital particular de São Luís depois de inalar um composto químico durante aula no laboratório da escola. Jackelyne Neves Bastos tem 15 anos, apresenta uma intoxicação e a família espera a realização de exames neurológicos e toxicológicos. O diretor da escola alega que esta foi a única ocorrência em mais de 50 anos de funcionamento do laboratório.

Internada desde a quarta-feira (27) em decorrência de uma inalação de produto tóxico, Jackelyne apresenta um quadro clínico de náuseas e fortes dores de cabeça. A mãe da estudante, Kátia Neves Bastos, reclama que sua filha e pouco mais de 30 alunos entraram no laboratório de química do Liceu Maranhense e depois de manusear uma mistura de ácido sulfúrico, amônia, ácido muriático e demais produtos, sentiu-se mal e foi levada às pressas ao hospital.

A colega de sala de Jackelyne, Brenda Sousa, disse que a turma só recebeu as orientações de uso do material no fim da aula. Brenda disse ainda que esta foi a segunda aula no laboratório e que o único contato que os alunos tinham com os produtos só acontecia no fim da aula, no momento de descarte. “A gente jogou o material dos tubos (de ensaio) na pia e depois lavamos a mão. Enquanto todos jogaram os tubos um por um, Jackelyne misturou todos na pia e isso causou uma fumaça e ela respirou essa fumaça”, conta.

O caso

“Ela estava mexendo no material e quando foi jogar na pia, uma amiga avisou que subiu uma fumaça. A professora orientou que ela bebesse água e no caminho para o bebedouro teve uma tontura. Depois disso ela teve de ser levada para o hospital onde recebeu a medicação e teve alta. Já em casa ela se sentiu mal novamente e trouxemos para cá onde estamos até hoje sem saber o que ela tem”, explica.

Riscos

Um infectologista ouvido pela reportagem informou que somente um exame toxicológico pode revelar os riscos de inalação do composto, mas alertou que existe da possibilidade de morte caso as quantidades sejam muito elevadas.

Diagnóstico e Sequelas

Um dos médicos que atendeu a estudante chegou a suspeitar de uma pneumonia química, mas esta hipótese foi descartada após um exame de ressonância magnética, após a análise de integrante da equipe médica que a atendeu na manhã desta quinta-feira. A falta de informações preocupa a família, que diante do quadro não sabe o que fazer. “Ninguém sabe o que é. Já fizeram os exames e a única certeza que temos é que ela se sentiu mal depois de entrar no laboratório sem o material de proteção. Enquanto isso não temos nenhum acompanhamento da escola nem a certeza dos médicos para o que causou isso e o que mais pode causar”, complementa.

Outro lado

O diretor do Liceu Maranhense, Deurivam Sampaio, contesta as informações da família e ressalta que os materiais de laboratório não são manuseados pelos alunos. “Se ela fez isso, foi contra as regras de uso do local”, afirma. Sampaio salienta que os laboratórios da escola têm mais de 50 anos e desde sua instalação nunca houve casos semelhantes. “Somente nesta situação, entraram mais de 30 alunos e só ela apresentou problemas de saúde, sem contar que nunca houve caso sequer parecido na escola desde que os laboratórios foram criados. O que acreditamos que tenha acontecido é que a situação apenas agravou um problema de saúde já existente”. Sobre a utilização de equipamentos de proteção individual, o diretor disse que os alunos não os utilizam justamente porque o material só pode ser tocado pelos professores.

 

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