O médico nigeriano Kinglsley Ify Umeilechukwu disse, em depoimento na Comissão de Direitos Humanos e das Minorias da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (02), que foi preso, no dia 23 do mês passado, em Bacuri, por ser negro. Afirmou que pretende processar o governo Roseana Sarney por discriminação racial.
O nigeriano explicou que é formado em Medicina, mas ainda não tem a revalidação do diploma dele no Brasil e que estava apenas estagiando quando foi preso. A arbitrariedade foi cometida sob o comando do secretário estadual de Segurança Pública, Aluísio Mendes, um dos mais fortes auxiliares da governadora Roseana Sarney.
Acompanharam o depoimento do médico nigeriano, na Assembleia Legislativa, a presidente da Comissão, deputada Eliziane Gama (PPS), e o deputado Bira do Pindaré (PSB).
Os deputados disseram que vão avaliar que medidas a Comissão de Direitos Humanos e das Minorias da Assembleia deve tomar, buscando resguardar os direitos do médico, que foi acusado de exercer ilegalmente a profissão.
A convite da Ufma no Maranhão
O médico contou que é formado em Medicina, na Nigéria, e que está há quase seis anos no Brasil. Veio para o Maranhão a convite da Universidade Federal do Maranhão (Ufma) para fazer uma especialização na área de ortopedia no Hospital Dutra.
Ele estava acompanhado do cunhado e também médico, Patrick Emanuel, que há mais de trinta anos trabalha pela Ufma e no interior do Maranhão.
Prisão arbitrária
Em vários momentos, os dois disseram que Kinglsley Ify Umeilechukwu sofreu discriminação racial e foi preso por três dias, quando estava em seu quarto, sem exercer a medicina. E ao prendê-lo “sequer me perguntaram se eu tinha ou não a documentação e me colocaram na imprensa como assassino”.
Ele garantiu que nunca se passou por médico, embora tenha formação na Nigéria, mas que não está autorizado a exercer a Medicina no Brasil por uma questão burocrática, embora a legislação lhe permita fazer estágio para aprimorar a prática profissional.
FONTE: BLOG DA SILVIA TEREZA