MOCIDADE ALEGRE É BICAMPEÃ DO CARNAVAL DE SÃO PAULO COM DESFILE SEM FALHAS.

MOCIDADE ALEGRE
MOCIDADE ALEGRE

 
SÃO PAULO – A Mocidade Alegre é bicampeã do carnaval paulistano. Embora tenha tido a mesma pontuação da segunda colocada, Rosas de Ouro, a agremiação levou o título no critério de desempate, que foi enredo. As duas tiveram 268,9 pontos. A terceira colocada foi a Águia de Ouro, com 268,7. Caíram para o grupo de acesso as escolas Mancha Verde e Unidos de Vila Maria.

Desde 2006, com a Império de Casa Verde, nenhuma escola era bicampeã no Carnaval de São Paulo.

– Faz muito tempo que no Carnaval de São Paulo não existe bicampeonato. Isso para mim é um êxtase. A gente tem metas a cumprir e essa era uma delas – afirmou a presidente da Mocidade, Solange Bechara.

Solange acompanhou a apuração com terços e crucifixos enrolados no braço.

– Eu rezo o tempo todo. Eu tenho muita fé. Eu já achava que não ia dar. É sempre aos 45 minutos do segundo tempo.

Do lado dos Rosas de Ouro, houve muita reclamação.

– Não entendi essas notas, não entendi mesmo. É mais uma perda e foi no finalzinho. Queria saber os critérios – disse Angelina Basilio, presidente da escola.

Em um desfile sem falhas, a Mocidade Alegre convidou as arquibancadas do Sambódromo do Anhembi a refletirem sobre as fantasias criadas pelo homem para fugir da realidade. O enredo, uma viagem ao mundo da sedução e imaginação, levantou o público na passarela do samba e retratou contos e histórias presentes no inconsciente coletivo.

A comissão de frente, uma versão sombria da história de Adão e Eva, fazia corte a um abre-alas no qual uma grande cobra oferecia ao público a maçã do pecado original. Em uma outra releitura bíblica, a segunda alegoria mostrava o paraíso como uma grande casa noturna, no qual os anjos ouviam walkman enquanto tocavam harpas.

Nas alas seguintes, histórias do imaginário infantil foram lembradas, como Chapeuzinho Vermelho e Alice no País das Maravilhas.Em um show à parte, a bateria da escola de samba inovou com paradinhas curtas e longas. Com trajes verdes e roxos, os músicos se misturavam durante o desfile, dando aspecto de movimento à bateria da agremiação.

Foi o nono título da Mocidade Alegre, que passou a dividir o posto de terceira maior campeã do Carnaval paulistano com a Camisa Verde e Branco. A Vai Vai, maior campeã com 14 conquistas, decepcionou este ano e ficou apenas em sétimo lugar. A Rosas de Ouro liderou a disputa durante a maior parte da divulgação de notas. Somente no último quesito, enredo, é que a Mocidade conseguiu empatar na pontuação.

Depois de divulgação do resultado, a torcida lotou a quadra da Mocidade, na Zona Norte de São Paulo, para festejar.

Esquema especial de segurança

Depois dos problemas de 2012, a apuração deste ano teve uma esquema especial de segurança. O público não pôde acompanhar a divulgação do resultado do Carnaval de São Paulo nas arquibancadas do Sambódromo do Anhembi, como era tradição. Cinquenta policiais militares cuidaram da segurança.

Nas entradas do público para o Sambódromo, foram colocadas chapas de metal. A última vez que a apuração do Carnaval paulistano havia ocorrido sem torcida tinha sido em 1993.

Apenas dez integrantes de cada escola puderam entrar no sambódromo. Todos passaram por revista. A PM também montou um esquema especial nos arredores do Anhembi para evitar a depredação de carros alegóricos.

No ano passado, um integrante da Império de Casa Verde invadiu o espaço em que eram lidas as notas e rasgou uma cédula de votação. Por causa disso, este ano as notas foram marcadas por jurados em papel carbono para que houvesse cópias. Essas cópias ficaram com a polícia durante a divulgação do resultado.

O número de jurados para cada quesito passou de três para cinco. As melhores e as piores notas foram descartadas.

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