Pistoleiro Jhonathan Silva diz que matou pra não morrer.

Johnathan de Sousa Silva.

MARANHÃO – Em depoimento à polícia, Jhonathan Sousa Silva, preso no Complexo de Pedrinhas pelo assassinato do jornalista Décio Sá em 2012, disse que matou o detento Alan Kardec porque estava sendo ameaçado de morte. O crime ocorreu domingo último, no presídio São Luís 4.

Jhonathan Silva afirmou que as ameaças ocorriam desde 2016. O homicida contou “que, depois que foi ameaçado de morte, teve um desentendimento com Alan Kardec em um jogo de bola, sendo necessária a intervenção de outros internos para separar a briga; que Alan Kardec gritava para os internos apoiarem ele”, relatou Jhonathan.
Silva relatou ainda que há duas semanas se desentendeu com Alan Kardec em um jogo de xadrez, tendo ele dito para outro interno que resolveria com o interrogado suas diferenças na quadra, porque, se não fosse do jeito dele, iria esfaqueá-lo.

“Quando se encontrava em sua cela, uma noite antes do crime, ouviu o barulho de amolar de facas, mas não sabia de qual cela vinha. Na manhã, quando foi ao banheiro, encontrou um chuço no chão, próximo ao vaso sanitário. Pegou o chuço, indo em direção a Alan Kardec, e desferiu um golpe na região do peito”, relatou.

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), o caso será coordenado pelo delegado Luigi Conde Neto, da 12ª Delegacia de Polícia Civil, do bairro Maracanã. Detalhes sobre o caso serão mantidos em sigilo para não comprometer o andamento do processo investigativo. A Polícia Civil abriu um inquérito, e o caso está sendo investigado.

Jhonathan de Sousa retornou à Unidade Prisional de Ressocialização de São Luís (UPSL 4), onde estava custodiado em uma cela individual, em regime diferenciado. Segundo informações, ele retornou ao mesmo xadrez onde estava, justamente onde encontrou, no banheiro, o pedaço de ferro que foi transformado em arma usada para assassinar Alan Kardec.

O criminoso matou Alan Kardec Dias Mota com golpes de ferro no peito, por volta das 7h30 do domingo, no horário do banho de sol. O detento ainda chegou a ser levado para o Hospital Municipal Dr. Clementino Moura (Socorrão II), mas não resistiu e morreu no fim da tarde.

Alan Kardec Dias Mota era apontado como fundador de uma facção criminosa que atua em São Luís e era um criminoso considerado de altíssima periculosidade. Chegou a ser transferido, com outros oito detentos, para um presídio federal, em janeiro de 2014. Assim como Jhonatan, ele era custodiado em cela individual, na UPSL 4.

Décio Sá
Jhonathan Sousa Silva, de 24 anos, foi condenado pelo assassinato do jornalista Décio Sá, com cinco disparos de arma de fogo, em um bar na Avenida Litorânea, em São Luís, no dia 23 de abril de 2012. Jhonathan confessou à polícia que assassinou o jornalista a mando de um consórcio de agiotagem formado por seis pessoas, todas presas no dia 13 de junho.

Os empresários Gláucio Alencar Pontes Carvalho; seu pai, José de Alencar Miranda Carvalho; José Raimundo Sales Charles Jr.; Fábio Aurélio do Lago e Silva; Airton Martins Monroe e o capitão da Polícia Militar do Maranhão Fábio Aurélio Saraiva (conhecido como Fábio Capita), foram apontados por Jonathan como envolvidos na mor­te do jornalista Décio Sá.

Todos os suspeitos já estão em liberdade, com exceção de Jhonatan e Diego, piloto de fuga, que fo­ram condenados.

Depoimentos
Em nota, o delegado Luigi Conde, titular do 12º Distrito Policial, no bairro do Maracanã, em São Luís, informou que vai agendar novos depoimentos envolvendo o homicídio do detento Alan Kardec Dias Mota, no domingo, 7, na Unidade Prisional de Ressocialização de São Luís 4 (UPSL 4), praticado pelo também detento Johnathan de Sousa Silva.

“Nos próximos 10 dias de investigação, tempo em que deverá demorar o inquérito policial, vamos ouvir outros detentos que participavam da rotina da vítima, servidores penitenciários e também familiares, se preciso for”, afirmou o delegado.

“A princípio, uma desavença teria motivado o crime, mas precisamos desses novos elementos para definir o caso. A situação do autor não muda, pois o mesmo já é interno do sistema prisional”, explicou Luigi Conde.
Johnathan de Sousa Silva, que já foi condenado a 25 anos de prisão pelo assassinato do jornalista Décio Sá, em 2012, prestou depoimento e foi inicialmente indiciado por homicídio qualificado, que é quando a vítima não tem chance de defesa. l

 

(FONTE: O ESTADO)

 

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