POLÍCIA PRENDE 16 SUSPEITOS DE ATAQUES A ÔNIBUS EM SÃO LUÍS.

Armas e material inflamável foram apreendidos.
Armas e material inflamável foram apreendidos.

SÃO LUÍS – Durante o último final de semana, os policiais militares fecharam os quatro cantos da cidade e conseguiram prender os principais suspeitos pela ação criminosa ocorrida, no começo da tarde de sábado (20), que resultou em quatro ônibus e uma van incendiados e apedrejados. Os crimes ainda causaram a suspensão de forma geral do transporte coletivo em toda a Região Metropolitana de São Luís.

Na noite de sábado, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) informou por meio de nota que “as polícias Civil e Militar identificaram e prenderam, em flagrante, 16 acusados de envolvimento nos ataques a ônibus em São Luís neste sábado [20]. O trabalho de investigação continua. A SSP ressalta ainda que todas as medidas foram tomadas para garantir a segurança da população. Informa, também, que a situação no Complexo Penitenciário de Pedrinhas ficou controlada por todo o dia, com reforço no policiamento e presença do Batalhão de Choque, Força Nacional e Grupo Especial de Operações Penitenciária [Geop]”.

Dos capturados, a polícia informou que cinco são adolescentes, com a idade de 17 anos, e há uma grande possibilidade de esse ato criminoso ter partido de um dos internos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, mas isso ainda está sendo apurado com mais precisão. Também apreenderam material inflamável, armas, munições de diversos calibres e drogas.

Foram presos e levados para a sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), no Bairro de Fátima, Anderson Júnior Silva Ramos, de 20 anos; Josuel Santos Lago, de 30 anos; Marcelo Silva Rodrigues, de 23 anos; Jeferson Nascimento da Conceição, de 25 anos; Adelson Gusmão de Sousa, de 35 anos; Jeferson do Nascimento Rodrigues, de 19 anos; Fagner Cosa de Sousa, de 23 anos, e Carlos Eduardo Martins Braga, de 21 anos. Todos foram apresentados para o superintendente da Seic, Luis Jorge Matos, para tomar as devidas providências e alguns dos detidos se autodenominam integrantes da facção criminosa Bonde dos 40.

Operação – De acordo com as informações do comandante do Policiamento da Área Metropolitana I (CPAM 1), Coronel Marco Antônio Alves da Silva, a operação foi montada logo após a ação criminosa. Foi imediatamente pedido o reforço policial dos homens de todos os batalhões da cidade, como também o apoio do helicóptero do Grupo Tático Aéreo (GTA). As viaturas e as incursões começaram a ser feitas pelos militares em toda a Região Metropolitana, principalmente nas ruas dos bairros onde ocorreram os ataques.

As primeiras prisões feitas aconteceram na Barragem do Bacanga. Os militares abordaram um celta vermelho, de placas não identificadas. Nesse veículo, foram presos Anderson Silva, Jeferson Conceição, Jeferson Rodrigues e apreendido um adolescente de 17 anos. Depois de uma revista no automóvel, os policiais encontraram 20 gramas de maconha, três recipientes de gasolina, oito caixas de fósforo e um revólver calibre 38.

Em seguida, os policiais intensificaram as ações na área da Vila Luizão e conseguiram localizar em uma quitinete Adelson Gusmão em companhia de quatro adolescentes. Na Vila Brasil, em uma casa abandonada, os policiais prenderam Josuel Santos e Marcelo Silva, ambos ex- presidiários, e no celular deles havia mensagens sobre a ordem para aterrorizar na cidade, principalmente ateando fogo nos coletivos.

Na madrugada de ontem, após denúncias anônimas, uma guarnição do Batalhão de Choque da Polícia Militar prendeu Fagner Costa e Carlos Eduardo Martins no bairro Areinha. Em poder da dupla, havia um revólver calibre 38 com quatro balas. Eles recentemente tinham postado um vídeo na internet portando espingarda calibre 22 e afirmando fazer parte do Bonde dos 40.

O coronel Alves ainda disse que, apesar de as abordagens terem sido realizadas em diversos pontos da cidade, as áreas Itaqui-Bacanga, Santa Barbara e Cidade Operária terão uma atenção especial devido o alto registro de ocorrências. Em relação à operação, o objetivo é para manter a ordem e a segurança da sociedade. “A Polícia Militar não tinha informação sobre esse ato criminoso. No entanto, fomos pegos de surpresa, mas estamos trabalhando para proporcionar o clima de tranquilidade na cidade”, frisou Alves.

Coletivos – Os coletivos somente voltaram a circular na cidade na manhã de ontem, após um termo de compromisso assinado pela cúpula da Secretaria de Segurança Pública e a categoria do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (Stremma) na sede da Secretaria de Segurança, na Vila Palmeira.

O presidente do Stremma, Gilson Coimbra, afirmou que a retirada dos ônibus foi necessária como medida de segurança, pois era a única solução naquele momento devido aos ataques. Mas, após a reunião, os integrantes da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Militar deram garantias de que haveria segurança para a circulação dos coletivos. “Eles garantiram reforço na segurança e um policiamento mais ostensivo. Por isso, retornamos às atividades normalmente a partir das 5h de ontem”, explicou Gilson Coimbra.

Terror – Um dos primeiros ataques acerca do qual a polícia ficou ciente foi registrado por volta das 13h de sábado, no bairro Alto do Pinho, área do Cruzeiro do Anil. Na localidade, quatro bandidos encapuzados e armados entraram no coletivo, que faz linha Pão de Açúcar, e obrigaram todos descerem. Logo após, atearam fogo no coletivo e tomaram rumo ignorado.

O outro ataque ocorreu dentro da empresa de ônibus Viação Abreu, no bairro Ipem São Cristóvão, nas proximidades da Universidade Estadual do Maranhão. Neste ponto, dois coletivos foram parcialmente incendiados por cerca de 10 bandidos e ainda furtaram os pertences que estavam no local. No bairro do Coroadinho, outro coletivo também sofreu dano pelos criminosos, mas ninguém ficou ferido, e na Vila Vitória, zona rural da capital, um coletivo foi apedrejado.

Na Estrada de Ribamar, um micro-ônibus que faz transporte alternativo também foi alvo de bandidos e os passageiros tiveram que abandonar o veículo para não sofrerem nenhum tipo de ferimento. Há informes de que no bairro Tajacuaba teve um outro ônibus queimado,mas não foi confirmado pela polícia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *