A data está marcada. O I Festival Internacional do Folclore vai acontecer em São Luís de 9 a 13 de setembro, integrando as comemorações de aniversário de São Luís. Organizado e promovido pelo Conselho Internacional das Organizações de Festivais Folclóricos e Artes Tradicionais (CIOFF) e pela União dos Bois de Orquestra do Maranhão (UBOMAR), o evento irá reunir 20 grupos nacionais e internacionais, além de grupos folclóricos locais e artesãos. Já estão confirmados a vinda de grupos da Bósnia, Coréia, Holanda e Venezuela, e do México, Portugal e Chile.
O primeiro passo foi neste sábado (25), quando toda a proposta do Festival foi mostrada aos representantes institucionais das áreas de Cultura, Educação, Turismo, empresários e da cultura maranhense. Em São Luís para falar do Festival e da experiência de Caruaru (PE), a representante da Seção Brasil do CIOFF, Socorro Maciel, garantiu que o Festival é a porta de entrada para as manifestações locais serem mostradas ao mundo.
“Nós realizamos 350 festivais anualmente em 98 países. Então isso dá a dimensão da importância de um evento feito aqui em São Luís, da abertura das manifestações folclóricas locais para o mundo. Vamos ter o mais precioso folclore do Maranhão dentro do Brasil e do mundo, congregando ao mesmo tempo os eixos cultura, educação e turismo”, falou Socorro Maciel.
Para o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Francisco Gonçalves, a parceria com o evento se dá no momento em que há uma preocupação em marcar presença da cultura maranhense no cenário mundial. “Nós temos dois bens imateriais tombados, o bumba-meu-boi e o tambor de crioula, mas temos pouca participação lá fora. Então esse evento vai estimular o fortalecimento da nossa musicalidade, bem como promover a divulgação e o surgimento de outras manifestações. É um intercâmbio, um grande encontro de culturas”, avalia Francisco Gonçalves.
Na ocasião a representante do CIOFF no Brasil, Socorro Maciel concedeu insígnia a Cláudio Sampaio, presidente da UBOMAR, de delegado local do CIOFF, com a incumbência de que ele trate de todos os acertos para o Festival.
A partir de segunda-feira (27) os grupos folclóricos já podem entrar em contato com A UBOMAR, por meio de Cláudio Sampaio, para efetuarem o cadastro ao Festival e posteriormente passarem por uma seleção de acordo com os critérios do CIOFF de: autenticidade, elaboração e estilização.
“O Boi Brilho da Ilha, do qual sou fundador já fez 14 viagens internacionais. Então queremos dividir com outros grupos essa oportunidade também de viajar para outros países levando seus trabalhos, representando o Maranhão, a partir do Festival. O Maranhão com todo seu potencial cultural abre as portas para o mundo”, afirma Cláudio.
Dentro das ações da UBOMAR também foi lançado o Troféu Francisco Naiva, que vai ser entregue aos bois de orquestra da região do Munim logo após o São João, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido por eles. Leila Naiva, filha de Seu Naiva, falecido em novembro de 2013 aos 81 anos, ficou emocionada com a homenagem a seu pai.
“O meu pai tinha uma história de amor ao folclore. Ele foi um homem pobre, da roça, pescador, tirava pedras, e construiu uma bonita trajetória com o Boi de Axixá. Eu sinto orgulho da história dele e vou continuar esse legado. Esse troféu mostra também que ele nunca será esquecido e que tudo que ele fez e passou para manter o boi valeu a pena.
O principal objetivo do festival é promover a difusão das manifestações populares do Maranhão para o resto do mundo, abrindo campos para diálogos e troca de experiências entre diferentes culturas de outras regiões brasileiras e mundiais. A expectativa é de que aqui sejam apresentadas as culturas de estados como Rio Grande do Sul, Paraíba, São Paulo, Ceará, e também de grupos da Europa e América do Norte.
